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Rui Costa com agradecimento especial a Rui Pedro Braz: «Pela força que me dá e pelo acompanhamento que me faz no mercado»
“O meu agradecimento a toda a estrutura do futebol. Ao Rui Pedro Braz pela força que me dá e pelo acompanhamento que me faz no mercado, sendo inexcedível no apoio juntamente com a sua equipa de scouting. A Lourenço Coelho que está com a pasta do futebol e com a equipa diariamente, e também à administração que me vai dando as ferramentas para atingir tudo isto.”
Rui Costa sobre Eriksson: «Não temos memória curta, foi o treinador que me fez estrear na equipa principal do Benfica»
“Dar conhecimento da situação de Sven-Goran Eriksson. Infelizmente, soubemos internamente da notícia bem antes, sabemos há ano e pouco. Este grande senhor, que será sempre da casa, nunca está esquecido por nós. Em setembro do ano passado, no dia do jogo com o FC Porto, esteve organizada uma homenagem a Eriksson, com tudo marcado e tratado em que viria com toda a família. Infelizmente, na véspera o médico dele desaconselhou a viagem até Lisboa. Temos uma grande dificuldade em trazê-lo cá por essas razões. A família dele viajou e a filha viu o jogo ao meu lado. Não temos memória curta, pessoalmente foi o treinador que me fez estrear na equipa principal do Benfica e jamais esqueceria a história enorme que Eriksson tem com o Benfica. Se ainda não veio a Lisboa é porque não pode. Estamos todos com ele nesta luta a torcer para que possa ganhar mais este campeonato.”
Rui Costa: «Temos um treinador que não teme apostar na juventude»
Formação
“Não há a menor dúvida sobre isso. Temos oito jogadores da formação nos 24 do plantel. Começou com nove, mas saiu Gonçalo Guedes. Há um excelente trabalho que tem sido feito no Benfica Campus, os casos de João e António são disso exemplo. Temos um treinador que não teme apostar na juventude e já tivemos sete jogadores da formação em campo. Quando se contrata um jogador mais novo, coloca-se em causa a formação, o que é um absurdo. Duvido que haja um clube europeu de topo com tantos jogadores em campo. António Silva, João Neves, Morato, Florentino têm grande utilização, não estão ali para embelezar, a política do Benfica é dar utilização a estes jogadores. Abrimos a porta à formação, mas temos de prepará-los chegar cá acima.”
Rafa e Di María, diferentes
“Percebo muita a questão em redor de Rafa e Di María. Tenho começar pelo início de época. Quer um, quer outro, abdicaram de muitos milhões de euros. Di María abdicou de grandíssimos contratos milionários, estava livre. Só por essa razão, tendo feito esforço é de aplaudir. Rafa, como também é sabido, teve enormes propostas para sair do Benfica. Na tal famosa com o presidente, que parecia um golpe de estado, ficou o compromisso de ambas as partes. Rafa rejeitou propostas enormes e Benfica prescindiu de valores arriscando que ele saia a custo zero no final da época. O compromisso de Rafa tem sido exemplar, está a fazer uma grande época. Merecem o nosso respeito e aplauso. Posso garantir que eles são dos mais influentes no balneário. Vamos ver o que isto vai dar até final da época, não vale a pena antecipar cenários.”
Rui Costa: «O que se fez até hoje deixa-me muito satisfeito e otimista»
Muito mudou na equipa desde que assumiu
“Tem muito a ver com o que foi a política desportiva que tracei para o clube, à qual se junta a financeira. A política desportiva foi o meu compromisso com o Benfica e é a linha que quero seguir. Quando se faz uma remodelação destas, nem sempre se acerta. Há uma máxima no clube: pode falhar-se um jogador, mas não o critério. Não fujo às minhas responsabilidades, é natural que se possa falhar um jogador ou outro. A ideia foi essencialmente criar melhores planteis, que possam ser vitoriosos e salvaguardar o clube desportivamente em todas as épocas. Se olharmos para a realidade de hoje para a de há ano e meio, desde a vinda de Roger Schmidt, percebemos que começámos essa época com 54 jogadores, mais 9 aquisições, ora 63 ativos. Desses ativos, consideramos os que estão no plantel mais emprestados. Neste momento, desses 63, temos 31. Uma parte dessa política foi rentabilizar todo o aspeto financeiro para dentro do plantel. Destes 24 no plantel, sete são emprestados e quatro deles são da formação. Nestes 31 ativos que temos hoje, 24 estão no plantel e 7 emprestados, sendo destes emprestados 4 da formação. A política passa por ter menos jogadores e mais qualidade. Se estou satisfeito com tudo? Não estou, quero sempre mais. É um trabalho contínuo. Não estou 100 por cento satisfeito mais muito feliz pelo que foi feito em ano e meio, projetando o Benfica para outro patamar. O plantel tem um misto de juventude e de experiência. Temos 14 jogadores com menos de 24 anos, que salvaguardam o clube e criam um modelo de plantel muito mais valioso. Estamos salvaguardados em ambos os campos e com muita mais qualidade que tínhamos há ano e meio, na minha opinião. Estou satisfeito, mas quero sempre mais e melhor. O que se fez até hoje deixa-me muito satisfeito e otimista. Se compararmos o plantel, o que temos hoje é muito mais valioso, não há a menor dúvida. E mesmo dentro destes 14 jovens, não deixamos de ter muita experiência. Se olharmos para Trubin, António Silva, João Neves, Kökçü… e nenhum benfiquista quer prescindir deles pese embora a idade. O Benfica esta mais preparado para o futuro”
Rui Costa: «Rollheiser? Antecipámos porque acreditamos que pode ser um elemento importante nesta época»
“Também já estava praticamente feito para o início da próxima época mas com a movimentação de Guedes e houve a possibilidade de trazê-lo [Rollheiser] nas mesmas condições de Marcos Leonardo. Acabámos por antecipar porque acreditamos que pode ser um elemento ainda importante nesta época. Se não, não faria sentido nenhum. Acima de tudo, antecipámos uma adaptação a uma realidade diferente. Pode ajudar a equipa no presente e ir-se adaptando e fazer o processo natural. Vai ser uma grande mais valia.”
Período de adaptação
“É muito importante, dou variadíssimos casos. Quando trazemos jogadores desta idade têm de ser suportados por outros que já temos no plantel. Temos jogadores com experiência. O talento destes jovens está lá todo e há uma fase de adaptação a uma realidade diferente. O Grimaldo demorou o tempo que demorou. Temos como máxima no clube que um jogador quando vem da América do sul precisam de 5/6 meses de adaptação. Tivemos o caso de Enzo Pérez há uns anos, que até saiu e depois voltou. Mas jogar no Benfica não é fácil para ninguém. Com o Arthur, que fez golos toda a vida… Se olharmos para os pontas-de-lança no Benfica nos últimos anos, os primeiros tempos foram difíceis. Nem todos conseguem no imediato, na primeira aparição, convencer todos. Vestir esta camisola obriga a responsabilidade muito grande. É preciso dar tempo de adaptação ao nosso clube. Tem a ver com a grandeza, com a exigência, a mudança de campeonato, de sistemas táticos, cultura e pela exigência máxima de servir o Benfica. Cada jogador novo é avaliado ao pormenor por todo o adepto, ao primeiro toque na bola… O jogador sente isso e sente que está num clube de dimensão enorme. Quando se fala de jogadores desta idade, há que ter paciência, dar algum tempo sendo que nomeadamente nestes 4 reforços, não há duvida absolutamente nenhuma sobre o talento.”
Rui Costa e as contas do mercado: «Conseguimos aportar ao plantel o que queríamos»
23M€ de encaixe e 28 M€ de despesa
“Depende sempre das condições que temos na altura. Conseguimos aportar ao plantel o que queríamos, sempre com equilíbrio financeiro. Já ouvi dizer que estamos a fazer all-ins, mas procuramos sempre, olhando claro para a parte desportiva, que a vertente financeira não fique desequilibrada. E foi isso que fizemos. Há mercados onde podemos ter que gastar mais do que outros, há outros em que a parte desportiva prevalece.”
Rui Costa: «Marcos Leonardo veio porque estávamos carenciados de golos»
“Diremos que tínhamos quatro jovens refereciados há bastante tempo. Prestianni foi o último a assinar, mas o que foi feito mais cedo. Cheguei a afirmar que no verão estava tudo feito, mas por causa da idade não podia vir. Tivemos de esperar por 31 de janeiro para que fizesse 18 anos e assinasse. Mas era um alvo identificado há bastante tempo. Marcos Leonardo era porque estávamos carenciados de golos, entendemos ir buscar mais um avançado. Muita gente pode pensar que devíamos ir buscar alguém com experiência e dinamismo, mas importa referir que não há qualquer clube que me venda um avançado com 20 golos em janeiro. Dentro da nossa política, encontrámos um jovem que se já distinguia, que pudesse acrescentar no imediato, olhando para o futuro. Só foi possivel porque o Santos desceu de divisão, caso contrário teríamos dificuldades em trazê-lo, e também graças às relações com o Santos e credibilidade com os clubes com que trabalhamos. Ainda por cima não custa dinheiro vivo agora, são contratações pagas a partir da próxima época. Levava perto de 50 golos já com 20 anos, dá-nos garantia para o presente e futuro. Tem mostrado o porquê da nossa vontade em trazê-lo já. Álvaro Carreras foi porque Jurásek não teve impacto que esperávamos. Jurásek não teve o impacto que esperávamos, Bernat infelizmente praticamente não esteve ao serviço do Benfica devido às lesões, chegando a este momento era necessário reforçar a lateral-esquerdo. Álvaro Carreras é um jovem de 20 anos, com bom andamento nas pernas, titular nos sub-20 de Espanha, escola do Real Madrid, estava identificado.”
Rui Costa: «Gabriel? Não estava no plantel, não esteve e não iria estar…»
“Não estava no plantel, não esteve e não iria estar. Vinha de dois empréstimos, e a ano e meio de acabar contrato procurámos soluções no mercado e acabámos por rescindir. Libertando o jogador e não tendo mais encargos. Se fosse emprestado para a Europa seria por 6 meses, ou seja, teria depois mais um ano. Se fosse emprestado para o Brasil seria por um ano e ainda teria 6 meses. Uma vez que não seria possível ter lucro a opção foi não termos mais encargos com o jogador.”
Rui Costa sobre Lucas Veríssimo: «Era titular indiscutível do Benfica e até do Brasil, mas teve aquele azar com o Sp. Braga…»
“O Lucas foi uma pena, quer pelo jogador quer pelo homem extraordinário que ele é. Na altura em que era titular indiscutível do Benfica e até da seleção do Brasil, teve aquele azar com o Sp. Braga, uma lesão gravíssima que o fez perder 1 ano. Entretanto, apareceu o António [Silva], apareceu o Morato, manteve-se o Otamendi… Teve um comportamento exemplar mesmo não jogando, sendo um dos pilares dentro do balneário para a conquista do título. Este ano foi emprestado para o Brasil, chegando ao mercado de inverno houve a solução de continuar no Corinthians ou ir para o Qatar por uma verba boa, sendo decidido que era melhor para todos.”
Rui Costa: «Musa? Fazia pouco sentido termos quatro avançados para jogar um»
“O Petar é uma questão diferente dos outros três casos (Jurásek, Chiquinho e Gonçalo Guedes). Teve mais minutos do que os outros, mas ainda assim com a recuperação de Arthur Cabral, a vinda de Marcos Leonardo e a aposta em Tengstedt, fazia pouco sentido continuarmos com 4 avançados ainda para mais tendo um modelo em que jogamos muitas vezes só com 1. Isso faria com que um deles teria poucos minutos ao longo da época, pelo que aparecendo uma proposta, como apareceu, pelo jogador nós achámos oportuno. Sabendo que nos deu muito no ano passado e até neste, já que muitas vezes foi influente a sair do banco. Fazia pouco sentido termos 4 avançados para jogar só 1. Era preciso criar sempre um equilíbrio e trata-se de uma proposta que pode chegar aos 12 M€. Ora, correndo o risco de chegarmos ao fim da época jogando poucos minutos e não haver uma proposta assim. Se não tivesse aparecido esta proposta do FC Dallas talvez a decisão tivesse sido diferente.”
Rui Costa: «Guedes? Ainda hoje, ninguém percebe, nem eu nem médicos, como é que ele fez aqueles últimos 15 minutos em Alvalade…»
“Não era nosso jogador, era do Wolverhampton. Entretanto, como todos sabem, foi fustigado com estas lesões todas que o condicionou no início da temporada a ganhar o seu espaço. Era outro jogador que tinha pouco minutos e ainda para mais não sendo nosso. Teve esta oportunidade de ir para Espanha de novo, trabalhar com um treinador que já conhecia do Valencia, e havia muita vontade do jogador. A vinda do Rollheiser preenche essa vaga. Também não merecia que impedíssemos continuar o seu percurso porque não estava a ter a importância que se esperava no início da época. Não posso esquecer de dizer que será sempre um de nós. O comportamento que sempre mostrou e pelo grande empenho pela causa… Se dúvidas houvesse, viu-se no ano passado em Alvalade. Ainda hoje, ninguém percebe, nem eu nem médicos, como é que ele aguentou os últimos 15 minutos as jogar naquelas condições e ainda foi influente no final. Ficamos este ano com a expectativa. Perdeu aquele tempo inicial da época ainda a recuperar da lesão e perdeu espaço na equipa e não fazia sentido não aceitar esta mudança dele para Espanha. É um jogador que precisa de minutos. Se não encontrar num sitio, precisas de outro lugar. Todos os jogadores que falamos, pese embora não tivessem dentro de campo a importância que se esperava, não deixaram de ser impor no plantel e seremos sempre gratos.”
Rui Costa sobre Chiquinho: «Foi um elemento extraordinário, mas não estava a ter os minutos que desejava»
“Chiquinho foi um elemento extraordinário, importante no plantel, com destaque no ano passado, quando saiu Enzo e acabou por ser um dos titulares da equipa que nos levou ao título. Acabava contrato este ano, um ano em que com João Neves e a contratação de Kökçü não estava a ter os minutos que desejava. Surgiu esta solução para ele e para nós acabou por ser não exageradamente vantajosa mas melhor do que se saísse livre. Considerámos ambas as as partes. Este ano ano não teve os minutos que o próprio até esperava. Mantém-se na Europa e por tudo o que deu ao clube, pelo comportamento que sempre teve, não merecia que lhe cortássemos esta oportunidade. Se entendêssemos que era extremamente importante ficar, ia ficar mas entendemos que esta solução era o melhor.”
Rui Costa e o empréstimo de Jurásek: «Não me custa admitir que não teve o impacto que esperávamos»
“O Jurásek tinha grande expectativa, até pelos números, e não me custa admitir que não teve o impacto que esperávamos, numa posição que não era nada fácil pelo impacto que Grimaldo tinha tido. Para anular alguma dúvida, não há nenhuma aquisição do Benfica que não tenha um entendimento do presidente e do treinador. Infelizmente para nós, Jurásek não teve o impacto que se esperava. Tendo em conta o quão custoso que foi, entendemos que fazer sair, ainda com a esperança que se reencontre, neste caso em concreto seria essencial valorizar este ativo. Tivemos de combater com muitos clubes, esses mesmos clubes mostraram interesse em tê-lo na sua equipa neste mercado. E acabou por acontecer isso. No final da época avalia-se a situação de novo.”
Rui Costa sobre a saída de João Victor: «Era a melhor solução para ambas as partes»
“Foi contratado o ano passado, numa altura em que tínhamos como centrais Otamendi, Vertonghen e Morato e precisávamos de um quarto central. Encontrámos no João Victor. O António Silva acabou por ser a grande surpresa. O João Victor chegou lesionado e acabou por perder espaço. Foi emprestado, mas face aos poucos minutos, ambas as partes acreditaram que era o melhor. Era a melhor solução para ambas as partes. Foi um jogador que não teve os minutos que se esperava.”
Saíram cinco jogadores que estavam no plantel, entraram quatro. Que balanço faz?
“Direi que a intenção é sempre melhorar o plantel e ajustar o que pode ser ajustado, acreditamos que fizemos um bom trabalho que acrescentámos jogadores que podem melhorar a equipa. Esperemos que seja proveitoso para o resto da época.”
Rui Costa explica tudo sobre o mercado de inverno do Benfica
As mexidas no plantel do Benfica no mercado de inverno serão explicadas ao pormenor por Rui Costa, presidente do Benfica, a partir das 19 horas desta sexta-feira, na BTV. O líder das águias mantém assim uma promessa eleitoral, detalhando os movimentos no mercado após o fecho de cada janela.
As contratações de Marcos Leonardo, Benjamín Rollheiser, Gianluca Prestianni e Álvaro Carreras, bem como as saídas de Gonçalo Guedes, Jurásek, João Victor, Musa e Chiquinho, estarão em destaque e serão explicadas por Rui Costa.
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